Ouvi falar muito deste livro nas redes sociais (sobretudo Youtube). Tinha curiosidade por causa do título. Livros sobre livros, não há como resistir.
Conta a história do livreiro rabujento A.J. dono de uma livraria em Alice Island. Um dia ele encontra uma criança com dois à porta da sua livraria com um bilhete e um peluche. Isso vai mudar a sua vida.
Achei a escrita da Gabrielle Zevin bastante acessível, fluida e com encanto. Porém, a história desenrola-se sem muitas surpresas depois do encontro do livreiro com a bebé.
Gostei do livro, sobretudo quando o livreiro discute sobre literatura e os seus gostos. Os personagens são engraçados, mas mais do mesmo. Nada de surpreendente, excepto a Maya. É uma bebé cativante, mais tarde evolui, torna-se numa adolescente inteligente. O livro lê-se muito rápido, pela simplicidade e graça. A história daria um filme típico de sessão da tarde. Com romance à mistura e pouca profundidade. Gostei de ler este livro, foram momentos agradáveis e só por isso valeu a pena.
Tem várias indicações literárias. E frases bonitas. Exemplo:
“Eu gosto de conversar sobre livros com pessoas que gostam de conversar sobre livros. Gosto de papel. Gosto da textura e gosto de sentir o livro um livro no bolso. Gosto do cheiro de livro novo também.”
“Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo.”
“Lemos para saber que não estamos sós. Lemos porque estamos sós. Lemos e não estamos sós. Não estamos sós. Minha vida está nestes livros. Leia estes livros e conheça meu coração. Não somos como romances. Não somos como contos. No fim, somos como obras selecionadas.”
O que não gostei? Da mudança drástica que o livreiro sofreu em poucas páginas. Achei muito improvável e pouco coerente. E o final. Acho que alterou a mensagem transmitida de esperança ao longo do livro para algo triste e sem escape.
O livro não está traduzido em Portugal, li o e-book no Kobo.
3 estrelas.