O último livro da autora Harper Lee chegou às livrarias. Foi com muita alegria que comprei este livro. Assim que pude, comecei a lê-lo. Sou grande admiradora do seu livro anterior “Por Favor, Não Matem a Cotovia”. É um livro maravilhoso. Mas quem não leu, não se preocupe, pode avançar com a leitura do actual romance.
Jean regressa Maycomb para visitar o seu pai, o grande e maravilhoso Atticus. Será ele assim tão maravilhoso? Neste livro acabei por destruir algumas certezas construídas no livro anterior. É o melhor deste livro. Possibilitou-me outra visão da história e fez-me reflectir. Não acabou por ser uma perda de tempo, nem uma grande desilusão. Contudo, também não foi uma surpresa.
Ao longo da leitura incomodaram-me várias coisas, sobretudo a posição da Jean em relação ao casamento e repetido questionamento em construir uma família. Nunca a vi falar em amor, referia-se ao homem com quem queria casar de uma forma calculista e fria. Nesse aspecto, este livro perdeu a magia inicial. A Jean, a menina do romance anterior, cresceu e tornou-se numa mulher com dificuldades em aceitar os defeitos dos outros. Prefiro-a no outro livro, sem nenhuma dúvida. Os diálogos também foram incómodos. Alguns, são desnecessários e não acrescentam em nada a história. Divagações sobre o facto de Atticus beber leite frio ao pequeno almoço, por exemplo.
As páginas deste livro voaram, li-as com prazer. Reencontrar personagens que gostamos é sempre bom. É interessante também rever as pessoas daquela aldeia vários anos depois. Mudam-se os tempos, as mentalidades continuam iguais. Reconheci a escrita da “antiga” Harper Lee e só por isso valeu a pena a leitura.
Acredito que não precisávamos de uma sequela desta história. Soa-me a cifrões. Preferia ler outra história escrita com a magia desta autora. Três estrelas, pelo reencontro quase forçado.
Por acaso estou à espera do meu!
Estou ansiosa!
Acho que encontrei o que estava à procura … Deixas-te me com curiosidade.
Ps: adorei a explicação 🙂
Chegaste a ler a minha opinião sobre o livro? http://diariodeleituras.blogs.sapo.pt/g o-set-a-watchman-harper-lee-11197
Obrigada 🙂
Li agora e gostei bastante.
Eu acho que avançamos para o livro com a consciência de que é um rascunho e não uma obra completa, ele pode ser uma excelente experiência. Afinal de contas o Go Set a Watchman foi o primeiro a ser escrito e lá encontramos a “nossa” Scout e é precisamente essa parte, por ser tão boa, que determinou que o editor (assim reza a história) tivesse dito a Harpeer Lee para se concentrar na infância da personagem. E é assim que ela reescreve tudo e temos o Por favor não matem a cotovia.
Acho que pensar nele como uma sequela é um demérito para a autora e torna-se muito confuso porque, pelo menos no caso de Aticus, estamos a falar de uma personagem completamente diferente.
avançamos – deveria ser avançarmos
Todavia, acho que foi um livro desnecessário. Se calhar estou a exagerar…
Já conhecia a história por detrás do lançamento do livro, mesmo não sendo uma sequela, acaba por ser editado depois e só o chamo de sequela por isso. Ok, sendo um rascunho torna tudo um bocadinho mais interessante, sobretudo (e exclusivamente) a história do outro. Não me arrependo de ter lido, mas se soubesse o que sei hoje não teria comprado. Se é que faz sentido…
Concordo e acho que a questão é precisamente essa: o livro foi “vendido” como uma sequela quando deveria ter sido vendido como uma obra inacabada, como um rascunho.
O interesse é esse, acompanhar o processo de evolução/transformação das personagens, quando se decide incidir numa outra perspetiva.
Vender como uma sequela é enganar o leitor e até a autora.
Sem dúvida!
“Vender como uma sequela é enganar o leitor e até a autora.”
Olá Cláudia,
Acho que não vou ler este livro. Já li várias opiniões e as realmente boas são as de quem não leu o “Não matem a cotovia”. Não me apetece estragar a magia da Scout. Pode até fazer sentido, as pessoas crescem e mudam; a visão dos outros em criança é naturalmente diferente da da idade adulta, etc. Mas prefiro guardar a magia do outro livro e da infância.
Além disso, estas publicações fora de horas deixam-me sempre desconfortável
Boas leituras
“prefiro guardar a magia do outro livro e da infância.”
Acho que fazes lindamente.